sexta-feira, 21 de outubro de 2011

De todo coração.

Um pequeno detalhe pode se tornar marcante.
Um detalhe por menor que seja, pode mudar tudo.
As vezes é no simples que se percebe o especial e num gesto descuidado uma grande gentileza.
como um pequeno brilho no olhar, daqueles que não se consegue definir ou um sorriso tímido e introvertido denunciam um coração apaixonado.
Uma palavra pode definir o quanto vc se importa e um suspiro o tamanho de um sonho.
Ofereça no mínimo que fazes todo o seu coração e um horizonte ilimitado com boas possibilidades.

Patrícia Lima

domingo, 17 de julho de 2011

Prisão de recompensa

A base da insatisfação humana está em não receber em troca aquilo que se acredita dar.
Penso que é a partir daí que surgem todos os cansaços.
Daqueles que se sente na alma..
Aquele emprego que não te paga bem..
Aquele amigo que não estava lá quando vc precisou..
Aquele amor que não te correspondeu
Então vc procura um emprego novo...
Se afasta magoado do amigo
E com o coração partido procura um novo amor...
Pra mais uma vez perceber que precisa ganhar melhor..
Precisa que as pessoas reconheçam..
Que precisa ser mais amado...
E assim seguimos...eternos insatisfeitos...
Porque falta a platéia aplaudir o nosso espetáculo interior...
A base da satisfação humana deve estar em sentir prazer em fazer o melhor que pode sem precisar ser reconhecido...
Isso soa como liberdade
A base da insatisfação humana está na falta de liberdade desta prisão chamada "recompensa"...

domingo, 10 de julho de 2011

O novo.

Esta semana começa uma nova historia da minha vida. Pretendo estender esse novo para outros sentidos e excluir todas as historias mal acabadas e todas aquelas historias velhas, cheias de “se” e “quem sabe”, magoas antigas e esperanças.  É fato que as coisas mudam o tempo todo, a cada minuto, bem devagar de modo que não percebemos ou até percebemos, mas não sentimos muito e quando essas mudanças são muito bruscas vem o choque da insegurança e do medo o choque da mudança inesperada das coisas que não podemos controlar. E o que eu posso controlar? Sei que eu posso fazer uma escolha, sei que posso determinar uma nova atitude e um novo caminho e sei bem que não é o mais fácil, mas mais difícil do que isso é estar à mercê da “sorte” - e nem em sorte eu acredito- Decidi fazer o que posso, da melhor maneira que posso e sem esperar o que pode ser. 

sábado, 7 de maio de 2011

Transmutação, vida e prece

Tenho desejado muitas mudanças
Sobretudo e principalmente no meu intimo, na minha visão, no meu pensamento, no coração e nos gestos, nos mínimos gestos.
No que há de mais sutil, enfim....
Desembaraçar-me dos meus sonhos...
Desatar-me de mim mesma...deste universo sonhado
Abrir meu coração para o que de fato eu vivo.
Aceitar...
Peito aberto nun abraço de reconciliação ao que se chama "realidade".
Respirar fundo um ar de inebriada coragem à encher os pulmões e a alma.
Guerra travada contra mim mesma...
Meu "eu" vilão...
Que os problemas se tornem combustível... 
Que os medos se tornem a mais ridícula piada...
Que os desejos se tornem calma
O coração um aliado e não este inimigo do qual eu tenho medo..
A solidão conforto e pacificação
Resignar, transmutar e viver

Patrícia Lima

sábado, 16 de abril de 2011

O Livro do desassossego

De: Fernando Pessoa (Bernardo Soares)

" De repente, como se um destino médico me houvesse operado de uma cegueira antiga com grandes resultados súbitos, ergo a cabeça, da minha vida anónima, para o conhecimento claro de como existo. E vejo que tudo quanto tenho feito, tudo quanto tenho pensado, tudo quanto tenho sido, é uma espécie de engano e loucura. Maravilho-me do que consegui não ver. Estranho quanto fui e que vejo que afinal não sou.
Olho, como numa extensão ao sol que rompe nuvens, a minha vida passada; e noto, com um pasmo metafísico, como todos os meus gestos mais certos, as minhas ideias mais claras, e os meus propósitos mais lógicos, não foram, afinal, mais que bebedeira nata, loucura natural, grande desconhecimento. Nen sequer representei. Representaram-me. Fui não o actor, mas os gestos dele."

sexta-feira, 18 de março de 2011

Enviado por Breno Xavier - http://ieshe.wordpress.com/

Amáveis,

Os fardos que carregamos, do que são fruto? As situações constrangedoras que vivenciamos, por que se manifestam? As lutas, no que se baseiam? As perguntas e perspectivas, de onde vêm? O que fazer, quando tudo se desfaz?

Afirmamos a vida por suas qualidades. Mas o que vem a ser a vida? Afirmamos os prazeres e alegrias do mundo, mas habitamos reinos diários de medo e insegurança. Pisamos um chão que treme. 

Temos olhos, mas o que estamos observando? Temos ouvidos, mas o que estamos ouvindo? Uma boca, sobre o que estamos falando? Vivemos num mesmo planeta, mas muitas são nossas moradas. 

Entretanto, mal podemos sair de nossas frágeis fortalezas. Vivemos em uma sociedade urbana, planejada para dominar, controlar, assegurar, reter. Nossa economia é uma de saque. Somos ricos miseráveis e nos comportamos gananciosamente, mesmo quando falamos por muitos. 

O Anticristo não é uma pessoa. O Anticristo é o apego. Não fomos expulsos do paraíso, mas o perdemos porque nos perdemos. Pensamos estar livres, mas apenas caminhamos pelos corredores da prisão.

As informações que nos chegam contam sobre um mundo em pane. Os ecossistemas que sustentam a vida estão em frangalhos. A fantástica promessa do messianismo tecnológico nunca se cumpriu, mesmo no Japão. 

O mundo aparece tremendo, e irrompe vulcânico para nos despertar de nosso sono profundo. A sensação de paz é um breve intervalo entre confrontos. Os problemas rugem com uma desconcertante fúria titânica. A morte aproxima-se de quem amamos.

Recorremos uns aos outros – o que fazer? Nos momentos de crise, os pontos de mutação, encontramos o melhor e o pior de nossa humanidade básica. E quem poderia nos salvar de nós mesmos? E onde mais poderíamos ir para nos guardar de nossas confusões?
 
Nossas respostas são condicionadas pelo tempo, pelo espaço, pela cultura. Nossas respostas são condicionadas por visões e perspectivas. Podemos aprender uns com os outros? Podemos despertar para as necessidades de nossos inimigos e desconhecidos? 

Nunca é tarde demais, pois o tempo é nosso refém. E se nos aparece que o tempo urge, não seria mais preciso lembrar que nos urgimos o tempo? Entretanto, mal conseguimos parar, pois nos condenamos a preencher o espaço. Somos redutores da amplidão. 

Podemos desistir das coisas e mesmo das pessoas e até de nós mesmos. Mas como desistir do que somos? Carregamo-nos mesmo em nossos suicídios, pois a morte não representa aniquilação. Não podemos fugir de nossas consciências, e da clareira de onde ela brota. 

Nossas preocupações condicionam nosso dia, mas não sabemos nada sobre a natureza delas. Não procuramos conhecer suas causas, ver como somos fisgados por elas, observar como tingem nossa percepção da realidade, maculando todas as nossas relações.

Os problemas do mundo são os problemas que vemos do mundo, e que causamos através de nossa participação de formiguinha. É admirável que este mesmo mundo apresente as soluções, e que tenhamos em nós, individual e coletivamente, as inteligências necessárias para compreendê-lo. 

Compreender o mundo é um processo de auto-conhecimento, pois onde começa o mundo senão em nós mesmos, em nossa subjetividade pessoal e coletiva. A solidão é uma miragem. A distância, uma ilusão. A separação conceitual e política é desafiada e transcendida pelos influxos da interdependência básica, que nos une, reúne e transcende. 

Este é o melhor momento. 

terça-feira, 1 de março de 2011

O que significa ter coragem?

As vezes desperdiçamos um longo tempo fazendo o melhor que podemos para alcançar algo e derrepente percebemos que apesar de todo o esforço, não foi o suficiente.  Nesse momento somos tragados por uma completa sensação de tristeza. Onde foi que eu errei? Tanto dedicação, tanto esforço....
Qual a melhor atitude agora? Tentar ainda mais ou mudar de sonho?
Ter coragem não significa insistir incansavelmente numa coisa alimentando a idéia de que é aquilo que te trará felicidade, as vezes é preciso muito mais coragem pra abandonar e seguir outro caminho.
O abandono requer humildade e honestidade consigo mesmo.
O abandono, o completo abandono é despojado e sem arrependimentos porque é racional, é o abandono da falsa idéia de si mesmo, o abandono do deus no pedestal.
Desejo para todos aqueles que assim como eu não sabem para onde estão indo, que sejam capazes de se auto -avaliar mesmo em meio ao turbilhão emocional, que sejam honestos e humildes para admitir suas limitações e aceitar que as coisas nen sempre são como desejamos e que possamos encontrar um caminho menos íngreme.

Amor;
Patrícia Lótus 

sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

O que é a mente?

A mente, ou consciência, está no coração da teoria e prática buddhistas, e nos últimos 2.500 anos, meditadores vêm investigando-a e usando-a como um meio de transcender a existência insatisfatória e de atingir a paz perfeita. Diz-se que toda felicidade, comum e sublime, é atingida pela compreensão e transformação de nossa própria mente.
Um tipo de energia não-física, a função da mente é conhecer, experienciar. É a própria consciência. É clara por natureza e reflete tudo o que experiencia, assim como um lago calmo reflete as montanhas e florestas que estão ao seu redor.
A mente muda de momento a momento. É um continuum sem início, como um fluxo sempre em movimento: o momento-mental prévio dá origem a este momento-mental, que dá origem ao próximo momento-mental e assim por diante. É o nome geral dado à totalidade de nossas experiências conscientes e inconscientes: cada um de nós é o centro de um mundo de pensamentos, percepções, sentimentos, memórias, sonhos — tudo isto é a mente.
A mente não é uma coisa física que tem pensamentos e sentimentos; essas próprias experiências são a mente. Por ser sem matéria, ela é diferente do corpo, apesar de mente e corpo serem interconectados e interdependentes. Este relacionamento explica porque, por exemplo, as doenças e desconfortos físicos podem afetar a mente, e por que as atitudes mentais, por sua vez, podem dar origem tanto à cura quanto aos problemas físicos.
A mente pode ser comparada a um oceano, e os eventos mentais momentâneos — como a felicidade, a irritação, as fantasias e a tristeza — às ondas que sobem e descem sobre sua superfície. Assim como as ondas podem ser apaziguadas para revelar a calma das profundezas do oceano, assim também é possível acalmar a turbulência de nossa mente para revelar sua clareza natural.
A habilidade para fazer isto está dentro da própria mente, e a chave para a mente é a meditação.
(McDonald, Kathleen. How to Meditate: A Practical Guide.
Editado por Robina Courtin. Ithaca: Snow Lion, 1998. Pág. 12-16.)

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Se tudo é impermanente, composto e mutável, o que existe realmente?

As mudanças são contínuas. Dia a dia, uma estação corre para a próxima. O dia vira noite, a noite, dia. Prédios não ficam velhos de repente; na realidade, a cada segundo, desde o momento em que foram construídos, começam a deteriorar.


Nosso meio ambiente, corpo físico, fala e pensamentos modificam-se tão velozmente quanto uma agulha espeta uma pétala de rosa. Se você espetar uma pilha de pétalas de rosa com uma agulha, isso pode lhe parecer um único movimento; na realidade, porém, ele se compõe de muitas etapas distintas. Você penetra cada pétala separadamente, atravessando sua superfície externa, a parte do meio, saindo pelo outro lado; atravessa o espaço entre uma pétala e a próxima, o lado de cima desta, e assim por diante. O espaço de tempo que leva para a agulha atravessar cada uma dessas etapas sucessivas pode ser usado como uma unidade de medida para descrever a velocidade a que mudam todos os fenômenos do nosso mundo.



Vemos também a ação da impermanência em nossos relacionamentos. Quantos de nossos familiares, amigos, pessoas de nossa cidade natal morreram? Quantos se mudaram para outros lugares, desaparecendo de nossa vida para sempre?
Quando éramos crianças pequenas, não suportávamos ficar longe de nossos pais. Às vezes, se nossa mãe saía do quarto por dois ou três minutos, ficávamos em pânico. Agora, escrevemos para nossos pais, quem sabe, uma vez por ano. Pode ser que morem do outro lado do mundo. Talvez nem saibamos se eles estão vivos. Como as coisas mudaram!

A um tempo, sentíamo-nos felizes apenas ao estar junto de uma pessoa amada. Só segurar a mão daquela pessoa nos provocava sentimentos maravilhosos. Agora, talvez não possamos aturá-la, não queiramos saber coisa alguma sobre ela. Tudo o que se forma tem que se desfazer, tudo o que se junta tem que se separar, tudo o que nasce tem que morrer. Mudanças contínuas, mudanças implacáveis, são constantes em nosso mundo.


A Impermanência
Um dos quatro pensamentos que transformam a mente.

Trechos tirados de:
Portões da Prática Budista
De:
Chagdud Tulku Rinpoche.

domingo, 20 de fevereiro de 2011

Nem sempre sou igual no que digo e escrevo.

Mudo, mas não mudo muito.

A cor das flores não é a mesma ao sol

De que quando uma nuvem passa

Ou quando entra a noite

E as flores são cor da sombra.


Mas quem olha bem vê que são as mesmas flores.

Por isso quando pareço não concordar comigo,


Reparem bem para mim:

Se estava virado para a direita,

Voltei-me agora para a esquerda,

Mas sou sempre eu, assente sobre os mesmos pés -

O mesmo sempre, graças ao céu e à terra

E aos meus olhos e ouvidos atentos

E à minha clara simplicidade de alma ...

Alberto Caeiro.
A coragem não pede uma
demonstração heróica, pública, que toda a gente veja, mas uma guerra
secreta, no interior de si próprio. A coragem verifica-se todos os
dias, nos actos da vida corrente, lutando contra os hábitos, as
mentiras, os arranjos, os compromissos, que obscurecem o espírito e
impedem a sua libertação.  (Dugpa Rinpoché)
Se você é poeta, vê claramente uma nuvem em um papel em branco. Se não existir a nuvem, a chuva não cai. Se não cair a chuva, a árvore não cresce. Se não cresce a árvore, não se faz papel. Então, podemos dizer que o papel e a nuvem se encontram em interexistência. Se observarmos mais profundamente o papel, veremos nele a luz do sol. Sem a luz do sol, o mato não cresce. Ou melhor, sem ela, nada no mundo cresce. Por isso, reconhecemos que a luz do sol também existe no papel em branco. O papel e a luz do sol encontram-se em interexistência. Se continuarmos observando profundamente, veremos o lenhador que cortou a árvore posteriormente levada à marcenaria.
Veremos também o trigo no papel. Sabemos que o lenhador não pode existir sem o pão de cada dia. Por isso, o trigo, a matéria-prima do pão, também existe no papel. Pensando desta maneira, reconhecemos que um papel branco não pode existir quando faltar qualquer um destes elementos. Não posso citar nada que não esteja aqui, agora. O tempo, o espaço, a chuva, os minerais contidos no solo, a luz do sol, as nuvens, os rios, o calor... tudo está aqui, agora. Não podemos existir sozinhos.
Este papel branco é totalmente constituído de "elementos que não são papel". Se devolvermos todos os "elementos que não sejam papel" à sua origem, o papel deixará de existir. O papel não existirá se forem tirados os "elementos que não sejam papel". O papel, em sua espessura fina, contém tudo do universo. Nele, não há nada que não exista em interdependência. A inexistência de elementos independentes significa que tudo é satisfeito por tudo.Temos que existir em interexistência com os demais, assim como um papel que existe porque todo os demais elementos existem.
(Thich Nhat Hanh, citado em Caminho Zen)